domingo, 29 de novembro de 2009

Peixe em valeta de rua?

Passeando pelas ruas de Peruíbe com minha esposa, vejo uma valeta alagada e repleta de seres que se pareciam muito com peixes. Pelo jeito que nadavam e pelo formato, eu tinha certeza que eram peixes.
Mas minha esposa e minha cunhada não acreditaram em mim, aliás, ninguém acreditou. Todos pensavam ser girinos. Bom, poderia até ser... Para tirar a dúvida de todos (menos a minha), voltei à valeta com meu cunhado, munido de: garrafa de refrigerante, pão e uma rede improvisada (feita com coador para café de papel e linha de pesca!).
A primeira tentativa foi jogar uns farelos de pão e atrair os pequenos seres para dentro da rede. Não funcionou. Aí veio uma grande idéia: meu cunhado ficava assustando os coitados de um lado da valeta, enquanto eu ficava esperando com a rede armada na outra ponta. Não quero nem pensar o que as pessoas que passavam imaginavam...
Com essa técnica avançada conseguimos pegar uns 5 indivíduos e, para a surpresa de todos (não minha), realmente eram peixes!
Levei para casa, montei um mini-aquário as pressas e pesquisei um pouco sobre o peixinho.
Pelas características eu sabia que se tratava de uma espécie de peixe ovovíparo, da família dos poecilídeos (molinésias, lebistes/guppy).
Pesquisando, constatei que são Lebistes Selvagens, também conhecido como Guarú (Guaruzinho) ou Barrigudinho.
Esses peixes são bem resistentes, sobrevivem em águas com pouca oxigenação e se alimentam de pequenas larvas e algas. Por conta dessas características, esse pequeno peixe é utilizado para controlar a propagação de mosquitos, principalmente os transmissores de doenças como a dengue. Eles são introduzidos em pequenos lagos, fontes etc.
Provavelmente, alguma inundação pelas chuvas trouxe alguns peixes para a valeta. Ou até mesmo algum pássaro pode ter deixado cair uma fêmea... pode acontecer! Afinal, esses peixinhos se reproduzem com extrema facilidade.
Algumas fotos:



O macho é o mais colorido, apesar de ainda não exibir todas suas cores, por conta da idade. Nessa foto ele ainda tem pouquíssimas cores. Depois vou postar umas fotos mais atualizadas, pois a cada dia que passa ele vai ganhando mais cor. A fêmea é maior que o macho e fica com apenas uma leve coloração, geralmente verde.
No total, estou com três fêmeas e um macho. Uma fêmea pulou do aquário e só fui perceber tarde demais.
Duas fêmeas estão para "dar a luz". Sim, esses peixinhos são ovovíparos, ou seja, os embriões se desenvolvem dentro de ovos que ficam armazenados no interior da fêmea, sendo expelidos quando estiverem completamente formados.
Em breve estarei com vários exemplares!